A Prefeitura de Angra/RJ é uma incógnita à ser desvendada pelos estudiosos, arrecada bem, tem volume importante de transferências financeiras, tem sido governada nessa última década por governantes ou partidos ligados aos governos estadual ou federal, possui dois assentos na Câmara dos deputados em Brasília, tem demandas importantes - sobre as quais cabem projetos financiados pelos programas da União, como é o caso do PAC, destina recursos em percentuais acima do limite legal estabelecido para áreas cruciais da administração pública - como são os caso da saúde e da educação, mas, ainda assim, não só tem e não supre carências essenciais da cidade - como é o caso da infraestrutura e transporte, como vê esse quadro se agravando. É o caso que precisa de um pente fino, uma auditoria sobre o custeio, um inventário patrimonial, um balanço orçamentário e desembolso financeiro, um choque de gestão.
A comunicação institucional é feita quase que de forma amadora, cansativa e falha, muito aquém de sua capacidade , no caso da Prefeitura, com mensagens publicitárias em spots radiofônicos ou televisivos e uma foto com algumas escritas quaisquer estampadas numa folha ou meia página de um jornal ou revista. Isso já está superado, o cidadão quer participar e não só ser entupido de informes oficiais - habitualmente desacompanhados de fontes, dados, enfim; e nas redes sociais chega a ser desastrosa a forma como a Prefeitura efetua sua política comunicacional. No caso da Câmara Municipal, a diferença é praticamente nenhuma, exceto o fato de o órgão público ter um canal exclusivo de televisão e se limitar a transmitir sessões, quando não um programete de entrevistas, que visa mais alavancar a imagem do Presidente da Casa que patrocinar diálogos sociais; o Ministério Público e a Justiça nem se fala, pouco se comunicam, quando se comunicam; e as forças policiais se atém a questões mais esporádicas e pontuais - normalmente de maior repercussão junto a opinião pública, quando no mais, alguma coisa deixada para os interessados em seus sites.
O custo de vida é alto, a moradia é precária, há carências sociais importantes, enfim, é uma das cidades mais antigas do país, mas também uma das mais atrasadas - se comparada com os recursos que dispõem e a forma como evidentemente aplica esses recursos em benefício dos cidadãos. A Prefeitura, para se ter uma ideia das coisas, e não estou culpando este ou àquele prefeito - sem fulanizações, trato das agendas públicas como um todo, permite que haja operações com insegurança jurídica sobre o território municipal, como é o caso da Cedae; permite que secretários de Estado digam o que querem e o que pode ser expandido ou implantado em desenvolvimento econômico em Angra; convive com insegurança sobre a legislação ambiental, já que a questão dos zoneamentos da cidade, em boa parte dos casos, estão em conflito entre Estado e Município. Não é uma coisa ou outra, é atraso mesmo, é perda de tempo - quem sabe por picuinhas deste ou daquele grupo político. Angra precisa de um balanço e de ações planejadas sobre seu crescimento, antes que o tempo e os espaços que restam sejam insuficientes para essa revolução necessária.
É o que penso.
-
21h38min. - adelsonpimenta@ig.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário