terça-feira, 8 de outubro de 2013

LUPA NOS DESDOBRAMENTOS


Olá,
O deputado federal Fernando Jordão (PMDB/RJ), suplente no exercício do mandato, inegavelmente ganhou projeção com seu trabalho na Câmara dos deputados, onde tem desenvolvido atividades importantes com apresentação de proposituras, participação dos grandes debates nacionais, articulação política em apoio a prefeitos e vereadores que vão a Brasília para diversos afazeres institucionais, entre outras coisas. Faz, ao mesmo tempo, um trabalho simples, mas com certo destaque de divulgação nas redes sociais. Podia e devia ser bem melhor feito, de maneira mais interativa, mais profissional, mas é o que se tem.

Porém, sua atuação política em sua cidade, Angra dos Reis, onde foi prefeito por dois mandatos e fez sucessor, mas não se elegeu na última eleição municipal - quando tentou voltar a governar a cidade, tem sido discreta. Apesar de ter saído de sua coligação eleitoral a maior bancada na Câmara Municipal, o que em tese esperava-se configurar-se numa oposição mais presente e atuante, o roteiro tem sido um pouco diferente. Na escolha do Presidente da Mesa, Fernando chegou a ensaiar uma articulação, mas logo viu que sairia menor do processo, já que queria eleger o comunista José Antonio, mas os demais pares hesitavam em apoiar um acordo que dizia ter feito entre ambos. Os demais vereadores alegaram desconhecer o acordo e, com jeito, se negaram a chancelá-lo. Ele, que de ingênuo não tem nada, saiu à francesa da prosa e José Antonio foi cuidar de sua vida.

Apesar de o vereador Jorge Eduardo ser de seu partido, este preside a Casa porque teve o apoio de sua tia, a prefeita da cidade, a petista Conceição Rabha, com quem anda em indisfarçável estremecimento nas relações políticas e institucionais. Noves fora, Jordão recolheu-se ao mandato que exerce e dessa trincheira tem procurado um contato mais direto com o cidadão, tentando encurtar as pontes que habitualmente são construídas por políticos aliados com bases eleitorais nos bairros, como no caso dos vereadores. Seu projeto principal deve ser a reeleição, o que tende a ser mais complicado pelas razões naturais desse processo, mas é seu cacife eleitoral que está em jogo, porque 2016, quando deverá tentar voltar à cena municipal como protagonista de uma nova tentativa de polarização com o PT, passa primeiro pelo que conseguirá demonstrar de capacidade de disputa - e força de votos em 2014.

No Legislativo municipal, todavia, a fotografia desse momento já não é mais a mesma daquela da diplomação - sua base rachou. O Governo fez, em algum momento, maioria, mas também não a consolidou - e alertei sobre essa condição aqui mesmo, numa outra postagem. Hoje, na coluna de política do semanário local 'Maré', li que a atual legislatura municipal está dividida em três blocos: os governistas, os oposicionistas - que cresceu, e os "independentes". Como disse no começo desta postagem, ainda não é possível saber a dimensão essa trama, mas é certo que todos estão fazendo cálculos políticos, e a situação mais sensível, digamos assim, nesse instante, é a de Fernando Jordão; o que seguramente o governo petista na cidade está acompanhando e, quem sabe, engendrando para diminuir o quanto puder a sua margem de manobras eleitorais. 

Com a temporada de novos partidos e migrações que não comprometem o mandato, muita coisa pode acontecer. Não obstante, vale lembrar que Fernando trouxe o PSD para a cidade e indicou a direção. Passada a eleição, viu o Presidente da legenda seguir voo próprio, barganhando politicamente e caindo no colo dos seus opositores, lhe restando um PMDB fatiado. Lupa nos desdobramentos.

É o jogo!
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23h50min.     -     adelsonpimenta@ig.com.br

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