segunda-feira, 28 de outubro de 2013

UM ANO DE QUATRO

Com a esperada troca de secretários pela prefeita de Angra, a petista Conceição Rabha, chegando o fim do primeiro de quatro anos de mandato, que sabidamente foi providenciada para estancar a sangria de sua gestão, percebi também a mudança de tom de seu discurso - para melhor, mais proativo, conforme li em matéria do jornal 'Diário do Vale'. Há pecados importantes na esfera institucional, administrativa e política. Mas, como quem jamais pode desprezar o trabalho e a sorte, coisas boas foram buscadas e outras de igual teor caíram em seu colo. O fato é que a letargia e os embaraços encontrados ou promovidos pelo Governo do PT em Angra não foram suficientemente administrados pela equipe que assumiu com ela. Há exceções, é claro. Conceição usou a caneta, é o seu comando que está em voga, podendo ser posto em xeque.

Mas, não pude deixar de ver certa semelhança com o que foi produzido pelo ex-prefeito da cidade, Tuca Jordão, que, aliás, não rompe sua quarentena política nem com reza brava, permitindo-se a um obsequioso silêncio. Percebam que o ex-prefeito enfrentou fortes chuvas no início de seu governo, e a atual mandatária idem. Ele teve que decretar estado disso e estado daquilo, conforme determinam os protocolos para a obtenção de recursos de contingência para equacionar problemas sociais e urbanísticos graves pelas consequências das chuvas. Ele o fez, ela também. Os recursos prometidos pelo Governo federal, todavia, não foram creditados na conta da Prefeitura. O Governo do Estado, fiador da conversa e pregoeiro dos contratos e do dinheiro, também hesitou mais que agiu, motivo pelo qual Tuca optou pela reengenharia financeira e investiu dinheiro do Município em obras de contenção, enquanto Sérgio Cabral deixou para o ano pé-eleitoral a sua vinda a Angra para anunciar para  a prefeita Conceição que liberaria dinheiro para essa agenda - como fosse algo novo, deixando de dizer que nos dias passados deveria ter feito isso.

Parece continuísmo, é sério. 
Ora, Tuca construiu apartamentos e determinou um programa de auxílio com pagamento de aluguel social, já Conceição foi pra dentro da Câmara e aprovou na marra uma alteração no modo de uso do solo no bairro Banqueta, justamente para a construção de moradias populares. Tuca investiu mais de R$ 100 milhões em saneamento básico na região central, e a prefeita petista acaba de comemorar a liberação de mais de R$ 40 milhões da União para obras nesse setor. Tuca aprovou no Legislativo a passagem de ônibus a R$ 1, depois de ter perdido a batalha na mesma Casa pela liberação dos mototaxistas, enquanto Conceição sofreu revés na sua tentativa de reformular o programa, mas que, mesmo sendo derrotada pelos vereadores, peitou os adversários e pôs sua digital na liberação dos serviços profissionais dos mototaxistas. Há muitas outras comparações que cabem e emolduram o contexto. 

O fato é que a prefeita Conceição Rabha assume que teve tempo suficiente para conhecer melhor a máquina, o que deixa subentendido que não a conhecia totalmente - e que também fez suas experiências administrativas, logo, já tem um norte anunciado para a questão organizacional - que deverá acontecer no fim de 2014, sabe-se lá por quê, e é isso que importa - e se espera dela. Seu discurso revisado está mais centrado na busca de resultados, em articulações que rendam frutos e abandonou, ao que parece, aquele pessimismo em suas falas oficiais. Que bons ventos a tragam à realidade. Há uma sociedade esperançosa, nutrida pelo desejo de que a cidade saia do ostracismo em que se encontra. Recursos não faltam e as pastas mais ricas do Governo estão sob a égide de petistas escolhidos a dedo, porquanto, hora de enfim corrigir a rota e aplainar o voo, porque é dela o comando dessa nave. 

Estamos cessando assim um ano de quatro, ou seja 1/4 do mandato.
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14h50min.     -      adelsonpimenta@ig.com.br 

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