sábado, 23 de novembro de 2013

BR 101 / RIO-SANTOS: POPULAÇÃO DE ANGRA PROTESTA

Ontem (22), não foi a primeira vez - e tomara não precisem outras - e queiramos ter sido a última em que a população angrense precisou ir à rodovia Rio-Santos para fechá-la em protesto, no sentido de chamar a atenção das autoridades e governantes quanto a necessidade de investimentos e intervenções na na altura do Morro do Moreno, entorno do bairro Village e Jacuacanga, em Angra/RJ.

Os acidentes são recorrentes na altura de onde ocorreu os protestos, vítimas fatais e outras com sequelas para o resto de suas vidas, e a paciência da população esgotou-se, subiu ao limite. A colocação de pardais eletrônicos não servem mais a redução de velocidades, mas inegavelmente para irrigar o caixa de empresas privas que administram esses equipamentos e cofres públicos para onde parte do borderô é repassado; os quebra-molas mais servem para escangalhar carros que para organizar os limites de velocidade na rodovia. São medidas paliativas para quem se nega ou negligencia com os investimentos que de fato são necessários.



Num grande pacote de investimentos em infraestrutura rodoviária, lançado sob a responsabilidade do Dnit, houve queda de ministro por fraude, superfaturamento, corrupção - e de lá pra cá a fila parou. As obras avançaram dentro do projeto chamado Arco Metropolitano, com a duplicação das vias chegando até Itaguaí, exponencialmente para escoamento da produção do pólo industrial da cidade, do porto de Itaguaí e ligação pela malha que se liga à via Dutra por Seropédica. Mas, importante relembrar que que o projeto constituiu-se em fases, sendo que a próxima será (ou seria, não se tem mais notícia do andamento desse projeto) até a altura da usina Nuclear em Angra, que faria parte do Plano de Emergência das unidades nucleares; e a terceira fase iria até a divisa de Paraty com Ubatuba. Noves fora, protestos.

Denominado publicitariamente pelo Governo Federal como PAC da Mobilidade, fundamentalmente para atender as demandas citadas e facilitar a logística dos megaeventos esportivos mundiais previstos para serem sediados no Rio de Janeiro, o projeto estancou, os investimentos frearam. Nessa conta, importante observar os registros do Detran, já que Angra lidera na região indicadores de vendas de veículos motorizados e transferências de propriedades, além de ser trecho de conurbação regional, o que eleva seguramente essa intensa movimentação. Não por um acaso, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), comemora os números e estima para este ano de 2013 o maior crescimento da frota de automóveis em circulação, e o estado do Rio acompanhou essa tendência com 64,5% de aumento só no primeiro quadrimestres em relação ao mesmo período de 2012. Inegável, que estoure nas cidades.

Esse debate vai longe, mas precisa ser dado. As respostas são esperadas para já. No caso de Angra/RJ, não obstante, há ainda outro fator agravante, que são as barreiras que invariavelmente caem durante períodos de chuva interrompendo a rodovia, razão pela qual há ação na Justiça da Prefeitura contra o DER, por demora nas providências nesse sentido. Investimentos em ciclovias e ciclofaixas não estão na ordem do dia da cidade de Angra, infelizmente. A colocação de passarelas ou passagens de túneis, numa discussão por soluções, está abandonada. O debate precisa ser retomado, assim como a qualidade do transporte público, o que se espera que venha no vento das alterações sobre o programa Passageiro Cidadão. O vereador Helinho do Sindicato já adiantou que convidará oficialmente um representante das comunidades que protestaram para expor na tribuna legislativa suas petições - e que fará um esforço para que o Legislativo municipal acompanhe essa luta. A população cansou-se de discursos, quer soluções.
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13 horas    -     adelsonpimenta@ig.com.br

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