quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

ANGRA: TEMPORADA DE ESPECULAÇÕES / FERNANDO JORDÃO

Oi, tudo bem?

Então, qual de nós não ouviu que a política é dinâmica? A verdade é que cabem várias leituras de cenários em Angra, principalmente com a abertura de uma nova temporada na cidade - a das especulações. A Decisão do TRE/RJ pela inelegibilidade de Fernando Jordão e Aurélio Marques, duas importantes lideranças políticas da cidade, me leva à algumas reflexões.

Fernando Jordão postula a reeleição à Câmara dos Deputados, logo, precisa lograr êxito em seu recurso ao TSE. Ele terá que estar habilitado para ser candidato - e seu prazo é conhecido. Normalmente, o TSE publica uma Resolução para a eleição ainda na primeira quinzena de janeiro do ano eleitoral; quando se omite, prevalece a anterior, mas, ultimamente tem dado novas instruções a cada pleito. É aí que começa a sua jornada. As Convenções partidárias costumam ser realizadas entre os dias 10 a 30 de junho e, após a publicação do Edital, o pedido de registro de candidatura fica aberto às contestações.  

Caso fique apto, será um candidato forte, mais experiente e mais cauteloso, imagino. Ele já peregrina pelas cidades interioranas do estado cumprindo extensa agenda pública e ganhando visibilidade e adeptos. Mas, e se não conseguir reformar o entendimento do TRE/RJ, como disse ontem, há assessores mais próximos que crêem que não concorrerá sob riscos de não ter seus votos computados. E aí é que nasce uma outra equação política. 


Em algumas de suas viagens e compromissos tem levado à tiracolo o velho/novo aliado, o Presidente da Câmara, Jorge Eduardo. Isso permite a fertilidade da imaginação. Pode ser para cacifá-lo à sua substituição como candidato para deputado federal na região pelo partido, caso não se viabilize judicialmente. É uma leitura perfeitamente possível. Pode ser uma joga tática para mostrar à direção do PMDB estadual que, embora a legenda tenha se desidratado em sua cidade de origem - Angra, com vereadores deixando-a e migrando para novos partidos recém-criados, ele ainda mantém certo controle da legenda local, tendo a seu lado o Presidente da Câmara. Pode ser várias outras coisas, mas é alguma coisa, por nada é que não é. Há pouco tempo o Presidente do partido municipal deixou claro que renunciava a presidência.

Fernando faz cálculos, certamente, e, por ser conhecido suficientemente na cidade, pode imaginar que para a eleição municipal de 2016 estará habilitado - terá tempo suficiente para conseguir essas condições no TSE, logo, caso não consiga tentar a reeleição para federal, já se alinharia a pretensos candidatos de 2016 nas eleições de 2014, de maneira que o apoio serviria de acordo - ou barganha. Trabalhando com as pesquisas de opinião pública sobre a mesa, não é difícil perceber que a sua adversária, Conceição Rabha é suficientemente forte - dispõe de partido organizado e ainda comanda a estrutura da máquina, e que há ventos soprando por uma via que quebre a tradicional polarização entre os partidos e nomes mais disputados na últimas eleições da cidade. Em outras palavras, ele precisa diminuir a concorrência. No popular, matar a cobra, antes que cresça.

Sua estratégia, todavia, sendo esta ou nenhuma destas, passa pela retomada da liderança local de seu partido. Não há nenhuma confusão no que falo, não estou dizendo que Fernando tenha perdido essa liderança, mas é sob esta que vereadores eleitos pelo PMDB nesta legislatura - e aliados dele, deixaram a legenda. Nunca se sabe como a direção estadual enxerga essas coisas. O próprio vereador Jorge Eduardo, até há pouco tempo, estava insatisfeito com as condições políticas de seu partido em relação a sua atuação - e, de algum modo, isso estava sendo debitado na conta de Fernando. Fala-se nos bastidores que sua investida seria sobre o nome de sua esposa para a disputa de 2016, na impossibilidade legal de seu nome, mas também fala-se, nesses mesmos cochicholos, que os tempos e as circunstâncias seriam outras. Há quem fale em fila.

Fernando é um homem de votos, foi prefeito por dois mandatos e fez sucessor, logo, não é alguém que desconheça os atalhos do jogo, mas, é também um alvo - e como tal está sempre muito exposto. Precisa ser respeitado como um político que chegou ao sucesso, não deve ser subestimado jamais. Na medida em que perde aliados, ganha adversários ou potenciais concorrentes, inclusive internos, de maneira que, mais do que nunca, precisa contar com um trabalho de defesa jurídica que atue com conhecimento de causa no TSE, e com uma equipe de assessores e colaborardes que lhe ajudem ir além de suas experiências pessoais na política até agora. Como disse no início desta postagem: A política é dinâmica. Lupa no caso.

Farei leitura de outras vertentes, outros cenários, outros atores - as mesmas especulações, em outras postagens subsequentes. Vamos agitar este blog. Vamos falar de política.
É o jogo!
-
12 horas -    adelsonpimenta@ig.com.br   

Nenhum comentário: