quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

CÂMARA DISCUTIRÁ ESPUMA NO MAR DE ANGRA


Conversei hoje (11) - via fone - com o vereador de Angra/RJ, o comunista Helinho do Sindicato, que preside a Comissão de Segurança Pública da Câmara municipal sobre seu posicionamento firme e discurso impactante que fez na tribuna legislativa na última sessão ordinária, quando se referiu a essa densa, fétida e inexplicável espuma que está por toda parte sobre o mar da Baía da Ilha Grande. Indignado, o parlamentar já abriu a conversa chutando na canela do Estado, relembrando as demolições na Comunidade da Itinga, sobre as quais discorda da forma como os procedimentos foram feitos. 

Helinho cobrou com firmeza uma resposta técnica e ação institucional dos órgãos ambientais, principalmente da secretaria de Ambiente do Estado, responsável pelo Inea. Em sua abordagem - cirúrgica, o vereador, que também é sindicalista metalúrgico, fez uma releitura da pressa e dos inconvenientes desse órgão ambiental quando se tratou de matérias que de fato interessavam à economia municipal, citando, entre outros exemplos que ilustraram sua fala, o caso do pórtico no estaleiro naval; da dragagem para aumento de calado para a acoplagem da plataforma; do terrorismo sobre os investimentos da Technip para a construção de uma Fábrica de Tubos Flexíveis no Município, que foi transferida para outro lugar; da desaprovação do projeto de ampliação do Tebig; das especulações negativas que cria sobre o projeto de expansão do porto e construção do 3° berço; os ritos burocráticos sobre o licenciamento do aterro de resíduos sólidos; o estabelecimento de novas regras sobre as atuais para as marinas, enfim.

O comunista disse que queria compreender o porquê de esse processo de desindustrialização da cidade, promovido pela secretaria de Desenvolvimento e pela de Ambiente do Estado, não foram impostas agora sobre o caso dessa espuma sobre o mar de Angra. Há donos de hotéis e outros meios de hospedagem reclamando da baixa com o cancelamento de reservas, logo, haverá demissões; ambulantes reclamando que não sabem o que dizer aos turistas que lhes perguntam sobre o caso; empresas do ramo imobiliário que estão tendo de cancelar aluguéis de casas para as festividades de fim de ano; empresas de comercialização de passeio em escunas, lanchas de recreio e caça náutica se dizem decepcionados por terem de amargar o esfriamento de seus negócios, justamente por conta dessa questão. 

Em 2007 a Ilha Grande foi eleita entre as 7 maravilhas do Estado, e parte do esforço do Conselho municipal de Turismo, da TurisAngra e dos profissionais do meio pelo turismo foi desfeito com as chuvas que caíram sobre a cidade nos últimos anos. Foi um cansativo trabalho feito pela recuperação desse mercado, e justamente agora, na hora de gozar dos benefícios para o qual todos se prepararam e esperaram o ano inteiro, essa espuma atrapalha tudo. Pior que o fato, disse ele, é o silêncio das autoridades, a desinformação oficial. Mas, reiterou, no caso das negativas do Estado sobre os interesses de Angra até o que não havia em legislação foi usado como argumento para afugentar novos investimentos, como foi o caso da APA Estadual Marinha da Baía da Ilha Grande, que até hoje inexiste.
AUDIÊNCIA PÚBLICA


Para tanto, ele quer promover um amplo debate sobre o assunto e convida toda a população a participar da Reunião Extraordinária que acontecerá na próxima sexta-feira, 13/12, às 11h, na Câmara municipal, para que as autoridades esclareçam o aparecimento de espuma no mar da Baía da Ilha Grande. Entre os convidados estão: Eletronuclear; representantes do Executivo Municipal; Ministério Público; INEA, IBAMA, Secretaria de Meio Ambiente; IBM-Bio, Delegacia da Capitania dos Portos, entre outros órgãos. Ela quer tirar essa sujeira à limpo - e está correto. A maior vítima, por enquanto, tem sido a verdade.
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18h40min.    -     adelsonpimenta@ig.com.br

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