segunda-feira, 31 de março de 2014

GABINETE INTEGRADO DE SEGURANÇA EM ANGRA/RJ

Não se frustra o ímpeto popular, principalmente quando este se dá em busca de investimentos, em reclamações quanto aos serviços públicos que lhe são oferecidos, enfim, a verve social apresenta suas razões - as vezes em protestos que fecham avenidas importantes. No caso de Angra/RJ, esse tem sido um expediente costumeiro nas últimas semanas. É legítima a manifestação. Mas, uma coisa não pode afetar a outra, ou seja, o direito de ir e vir dos outros. Quando isso ocorre, normalmente não se conquista a simpatia das demais pessoas que não estão no protesto, não se tem a adesão da população do entorno, o que termina sendo movimentos considerados isolados no contexto. Isso é ruim.


Na última coletiva convocada pela Prefeitura, onde autoridades policiais participaram e a constituição de um Gabinete Integrado de Gestão de forças institucionais foi anunciado em face dos excessos que estariam sendo cometidos em tais manifestações, a prefeita de Angra, a petista Conceição Rabha, que não falou em coibir os manifestantes, terminou ficando com o desgaste da proposta. Nas redes sociais a repercussão foi imediata, mas distorcida dos fatos, a meu ver. Li de tudo, mas principalmente me ative nas redações de formadores de opinião em que falou-se em "cerceamento de liberdade", "afronta às manifestações populares", enfim, avaliações pouco simpáticas em relação ao Governo do Município. Isso é grave, ou seria, se assim o fosse, mas, honestamente, tenho uma leitura um pouco distinta das pessoas que tanto admiro, sobre o caso.

O delegado de Polícia responsável pela 166° DP - Angra, Dr. Benitez, citou o que preconiza a Constituição, falando da garantia à liberdade popular, sem armas, entre outras coisas. O Tenente Maurício, que no ato representava o comandante do 33º Batalhão, deu eco a esta compreensão. Mas, definiram que porão lupa nas manifestações, trabalharão com serviço de inteligência policial, conjuntamente com a PRF e PF, assegurando a garantia de que a rodovia não terá seu tráfego interrompido. Há entendimento pelo Governo do Município de que parte das manifestações mais recentes em Angra está encharcada de combustível eleitoreiro, com franca articulação política, o que estaria desvirtuando o real sentido das mobilizações.

Conceição Rabha disse que está entrando com uma Ação Civil Pública contra a Ampla pelos maus serviços prestados e que vai ser realizada uma audiência pública na cidade com todas as operadoras de telefonia para tratar do péssimo serviço também prestados por elas, e chamou para si a responsabilidade sobre as críticas pela questão da água potável e pelo atendimento na saúde, por exemplo, mas pediu que os cidadãos não confundam as suas prerrogativas com o fornecimento de energia elétrica. Mas o anúncio de que um dos motivos da criação do Conselho de Segurança seria coibir o fechamento das pistas da rodovia Rio-Santos durante manifestações tirou todo e qualquer efeito positivo dos anúncios anteriores, e certamente limita e diminui muito os afazeres do trabalho que terá este colegiado. Houve equívoco na estratégia de comunicação social dos fatos, certamente.

Estou buscando uma agenda com a prefeita de Angra/RJ para uma entrevista. Há este e outros assuntos polêmicos pendentes sobre os quais pretendo abordar e obter respostas.

Créditos Charge: Blog Chicosabetudo
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08h59min.     -     adelsonpimenta@ig.com.br

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