quarta-feira, 9 de abril de 2014

ANGRA NEGOCIA REAJUSTE SALARIAL DE FUNCIONALISMO


A Mensagem n° 016/2014, do Poder Executivo de Angra, foi rejeitada - em primeira votação pelos vereadores, ontem (8). Versava sobre  o reajuste salarial de 7% para os servidores públicos. O Plenário acompanhou os Pareceres contrários das Comissões de Justiça, e a de Finanças. Ambas tiveram vereadores da oposição como relatores. Até a segunda votação, que deverá ocorrer amanhã (10), muita negociação deverá continuar acontecendo. Os servidores do Município estão em greve desde o dia 31 de março, e está prevista uma grande mobilização e passeata do Sinspmar para hoje na área central da cidade, à partir das 14 horas.

A Prefeitura de Angra/RJ tem hoje 7.544 servidores públicos, segundo números anunciados pelo Presidente da Câmara municipal. Pelo que li da redação oficial do Legislativo e do que ouvi sobre a votação e conversas de bastidores, fico com a compreensão de que a ideia é trazer a pessoa da prefeita para o centro dos debates, tirando a sua linha de contenção - feita administrativamente pelo secretariado. Há, é inegável, uma tática política importante na Câmara, talvez engendrada pela oposição, sobre a qual a bancada governista ainda não tenha se apercebido ou tido forças estratégicas suficientes de reação. E o calor que o Sinspmar põe no assunto, ajuda a execução dessa tática. É a minha leitura do caso. 

Mas, vejam, só há expertise, não invencionice sobre o caso. A oposição capitulou a leitura política do movimento dos servidores, e a base governista acusou o golpe, principalmente vocalizada no discurso de sua liderança na Casa. No ano passado, 2013, primeiro ano da gestão petista na cidade, o processo de negociação salarial com os servidores foi truncado e, de certa forma, intrigou a diretoria do Sinspmar - que havia sido eleita com bem entendimento com o Governo. Ficou a expectativa, não sem reclamarem, de que neste ano, 2014, as coisas fluíssem melhor. Parece não ser o caso. É nisso que bate o Sinspmar, e é aí que embarca a oposição - cabalando a simpatia dos servidores públicos e constrangendo a base de sustentação parlamentar.


Quando, todavia, todos os vereadores votaram pela rejeição do Projeto de Lei, incluindo a bancada governista, ficou evidenciada uma grave falha na condução dos procedimentos institucionais. O Governo precisa repensar, já tenho dito isso há um razoável tempo, sua forma de se relacionar com o Legislativo, política e institucionalmente. Por 'nota', o Sinspmar informa que "na quinta-feira, 10, logo após acompanharem a sessão da câmara, os servidores têm um encontro marcado no Clube Comercial, no Centro, às 14h". Se a Prefeita vir para o centro da discussão, ela sucumbe o papel de seu Secretário de Administração, dá vazão a tática da oposição e fica exposta num processo em que sua palavra deve ser a última e não a do meio; ou seja, além da negociação salarial - importantíssima, há ukm quê política em ano eleitoral sobre o caso.

À Prefeita, penso eu, cabe o papel decisivo, a boa notícia, a régua do entendimento final. 
É o jogo!
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10h50min.     -     adelsonpimenta@ig.com.br

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