ARTIGO DO BLOG
Em dezembro de 2011, entre várias outras referências jornalísticas e relatos, o 'Estadão' trouxe uma reportagem sob o título: "Ibama ignora 90% dos vazamentos na Baia da Ilha Grande", com este trecho inicial: "De cada dez vazamentos de óleo ocorridos na Baía da Ilha Grande, um dos trechos mais nobres do litoral brasileiro, apenas um costuma ter a fonte de despejo identificada. E a identificação não é resultado de investigações dos órgãos ambientais. O próprio responsável pelo derramamento – embarcação ou empresa – toma a iniciativa de relatar o fato ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou à Marinha. Na maioria das vezes, os casos não são sequer contabilizados".
Não custa relembrar que, ainda no processo de discussão do projeto de expansão do Terminal Aquaviário da Transpetro, o Tebig, a Secretaria de Estado de Ambiente, principalmente vocalizada pelo então secretário Carlos Minc, alegou a possibilidade de vazamentos no Terminal, mas praticamente ignorou as condições de reparos de plataformas na Baia da Ilha Grande - para referendar a rejeição do investimento. Isso foi objeto de intensa discussão na cidade, que ainda não deve ser dada por esgotada, conforme disse a Prefeita da cidade, a petista Conceição Rabha, em entrevista coletiva à imprensa e aos ativistas das redes sociais no fim do ano passado, 2013, "trabalha em silêncio", mas deixando a entender que a matéria está sob sua gestão política junto ao andar de cima das esferas de poder.
Na ocasião, não nos custa lembrar, havia a previsão de construção de uma Fábrica de Tubos Flexíveis em área de PDZ (portuária), pela empresa Technip, além de outros projetos na mesma área, como retroporto e expansão do próprio porto (este ainda dormita na mesa do Secretário de Estado). Desses investimentos, alguns foram afugentados para outras cidades, como é o caso dessa Fábrica de Tubos Flexíveis que havia sido motivo de celebração no Palácio do Governo do Estado como definida para Angra. Outros empreendimentos foram silenciados - todos sob a mesma alegação fajuta, a de criação de uma Apa Estadual Marinha da Baia da Ilha Grande. Noves fora, nem uma coisa nem outra ocorreu, nem os investimentos privados no porto, nem a criação de uma legislação mais restritiva. A cidade só perdeu com tanta especulação.
O Estado sequer tem um Plano de Gerenciamento Costeiro, quem dirá definir o seu Zoneamento Ecológico-Econômico, o que confere a certeza de que a medida de desaprovação do projeto Tebig foi totalmente política - em desfavor da cidade, razão pela qual o ex-prefeito Tuca Jordão criou, à exemplo do Estado, um Grupo de Trabalho que elaborou um laudo técnico que contrapôs o do Estado, mostrando que a ampliação do Tebig era sim técnica e economicamente viável. Quando a prefeita Conceição Rabha fala que atua nos bastidores pela causa, de certo modo, deixa claro a compreensão de que a desaprovação teve motivações políticas. Na ocasião, numa atitude intempestiva, o então Presidente da Câmara Municipal de Angra, vereador José Antonio, esteve entre as pessoas que agrediram com ovos e farinha o então Secretário de Estado de Pesca, Felipe Peixoto, em visita a cidade. Houve audiências públicas e mesa-redonda comandadas pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, sob pedidos do deputado federal Fernando Jordão.
A reforma ou a simples espera dessa plataforma na Baía da Ilha Grande, a meu ver, reacende a discussão da preservação ambiental do local. Águas semi-abrigadas, carente de legislação mais efetiva para esse controle ambiental, não se pode ser leniente. O Ibama, a Capitania dos Portos, o Inea e a Prefeitura de Angra precisam sentar à mesa e definir as regras do jogo. Estranhei a cena, como disse, e acho esquisito os desdobramentos. Seguramente há impactos.
Lupa no caso!
Foto Plataforma: Ilustrativa P-61 (BrasilEngenharia)
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11h40min. - adelsonpimenta@ig.com.br
A reforma ou a simples espera dessa plataforma na Baía da Ilha Grande, a meu ver, reacende a discussão da preservação ambiental do local. Águas semi-abrigadas, carente de legislação mais efetiva para esse controle ambiental, não se pode ser leniente. O Ibama, a Capitania dos Portos, o Inea e a Prefeitura de Angra precisam sentar à mesa e definir as regras do jogo. Estranhei a cena, como disse, e acho esquisito os desdobramentos. Seguramente há impactos.
Lupa no caso!
Foto Plataforma: Ilustrativa P-61 (BrasilEngenharia)
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