quinta-feira, 10 de julho de 2014

DADOS DO HOSPITAL DA JAPUÍBA IMPRESSIONAM


Ainda na transição administrativa, pouco tempo depois de eleita, a prefeita de Angra/RJ, a petista Conceição Rabha, demonstrava certo apoio à estadualização do Hospital da Japuíba, numa formalização que já havia sido concretizada com aval do Legislativo. Mas, pouco tempo depois de ser empossada, junto com sua equipe, refez os cálculos e julgou ser melhor retomar a gestão hospitalar, municipalizando-o. A prefeita, pelo que entendo, não fez isso como um ato isolado. O Hospital faz parte da rede de urgência e emergência juntamente com os SPAs (Serviços de Pronto Atendimento), Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e a Policlínica da Cidade, para pequenas e médias emergências.

Acertando ou errando, vem mudando a concepção de se gerir a saúde pública municipal, que é sempre a área mais sensível de qualquer governo. É a sua digital. Para isso, até mesmo a troca de titular no comando da Fundação de Saúde - FusAr, providenciou. Não é possível ainda cobrar resultados efetivos, mas já é perfeitamente cabível que se façam avaliações, monitoramento e que se escute a população. Ao término de seus quatro anos de mandato, será melhor para se certificar da assertiva ou não das decisões tomadas. 

A Prefeitura acaba de divulgar 'nota' informando que em "seis meses de funcionamento do Hospital da Japuíba, a unidade já realizou quase mil cirurgias no período", desde que as portas foram abertas à sociedade em 06/01/14, ou seja, há seis meses. Os dados impressionam: " Já se realizaram 424 internações, 977 cirurgias e 12.568 atendimentos de emergência... Além disso, no mesmo período, foram realizados dois procedimentos de captação de órgãos para transplantes", uma novidade na rede pública".

Estrutura Física,
segundo a Prefeitura

Este é um complexo de 10 mil m² com três pavimentos e anexos. Ali funcionam o serviço de emergência, uma unidade para pacientes graves, enfermarias masculina e feminina, enfermaria psiquiátrica, sala de gesso, centro de imagem (com raio-x, tomografia e ultrassonografia), além do centro de oftalmologia. No segundo andar estão as enfermarias de UTI e o centro cirúrgico com cinco salas amplamente equipadas, além de alojamentos para as equipes médicas e de enfermagem. A manutenção do Hospital da Japuíba é compartilhada com o Ministério da Saúde, que aporta 25% das despesas da unidade, o equivalente a R$ 36 milhões por ano.

Creio que os números impressionam, mas também fornecem elementos para um debate mais aprofundado sobre as razões para tanto atendimento. O que está acontecendo com nossa população? Quais as principais causas? Enfim, cabe uma avaliação criteriosa sobre tudo isso.
É isso.
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12h26min.     -     adelsonpimenta@ig,com.br

3 comentários:

mapar1963@gmail.com disse...

Com todo o respeito ao trabalho da Prefeitura, não vejo nada de impressionante no número de atendimentos referidos, pois estes eram feitos antes do hospital na rede municipal, como o pronto socorro que foi fechado, a Santa Casa, etc. Sugiro a comparação com os números da rede municipal existentes antes da "inauguração" do hospital, pois este não trouxe nada de novo, levando-se em consideração que apenas foram transferidos para o prédio os serviços outrora existentes em outros prédios.

Anônimo disse...

Caro 'mapar1963', de fato a comparação entre os dados sugeridos seria interessante - por várias razões, principalmente porque forneceria elementos ainda mais qualificados para se buscar políticas públicas ainda mais eficazes para a redução dos atendimentos, mas compreenda que a obtenção de dados oficiais dessa natureza não é algo tão simples, nem está disponível no Portal da Transparência.

De toda sorte, quando digo que os dados surpreendem, não me atenho necessariamente ao fato de que o Hospital tenha conseguido fazer tantos procedimentos, mas fundamentalmente ao caso de a população ter de recorrer tanto aos serviços públicos de saúde para curar e não para prevenir. É sobre este detalhe que chamo a atenção para os fatos.

O debate é mesmo muito importante, nesse sentido, sem o açodamento das disputas eleitorais costumeiras em boa parte das recorrências.

Um abraço, fera.
Grato pelo apreço da leitura e prestígio da participação

Adelson Pimenta disse...

Desculpe, por um equívoco meu nome não saiu no comentário acima.
Adelson Pimenta