segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

LIXO DA ILHA GRANDE: OPINIÃO DO BLOG

No Centro Cidade de Angra dos Reis/RJ



Informe oficial ao público, datado do último dia 09/12, dava conta de uma reunião em que se discutiu uma proposta da Prefeitura de Angra/RJ para a empresa arrendatária do porto local - a  Technip, e para a Companhia Docas, pela qual o transbordo do lixo das ilhas deixaria de ser feito no Cais dos Pescadores e passaria a ser no Cais da Lapa, o antigo cais localizado dentro da área do Porto. 

A nota do Governo diz que a "proposta da prefeitura visa minimizar impacto da chegada de resíduos no continente". O MPF também estaria nas conversações. Ótimo saber. Mas, não passa despercebido o outro trecho, em que diz que "a medida seria temporária, tendo em vista, sobretudo a alta temporada".

Declaração
"O Cais dos Pescadores agrega uma série de atividades 
que conflitam com a chegada de lixo. 
Ali é próximo a um hospital, perto do Cais de Santa Luzia 
e onde é feito o desembarque de pescado. 
Essa proposta quer diminuir o impacto nestes setores,
 utilizando uma área que atualmente está subutilizada.
Maria Silvia Rubio, 
Presidente da Fundação de Turismo Turisangra

A nota da Prefeitura, finalmente encerra com a demonstração de que a empresa Technip tem outras coisas para fazer no local e cita que tem que passar também pela aprovação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que regula o setor. Está correta a empresa. Mas, não satisfeita, insiste o Governo, segundo a nota: Nos próximos dias, a Prefeitura de Angra dos Reis apresentará à Technip um documento que formalizará o que foi debatido na reunião." Creio que não tenham entendido o recado.

OPINIÃO
Não abordado na Nota da Prefeitura, logo, não deve ter sido objeto de discussão

Na Ilha Grande
Vila do Abraão


A Prefeitura está certa em procurar saídas alternativas para esse problema. A estranheza está no fato de ser uma medida tardia e paliativa e de ocasião, somente. Outra coisa é perceber que a preocupação é com o período de alta temporada, como não fosse esse um problema ambiental - o ano inteiro. E, por fim, difícil entender como o Inea, órgão ambiental estadual, não se envolve no assunto. Ao menos não é tratada a sua participação na nota oficial. 

Ora, além de ser uma matéria que deve estar compreendida em seu expediente, o lixo de referência é originado na Ilha Grande, onde a maior parte é Parque e Área de Preservação sob jurisdição e administração do Estado. Pra começar a história, essa conta é salgada e só arcada pelos cofres municipais. No mínimo, creio eu, deveria haver uma certa compensação financeira pelo Estado, assim como uma participação mais efetiva do Inea.

Não se pode também pensar que o problema seja só no destino desses resíduos sólidos, ou seja, no Cais da área central, porque ali é embarque de turista, mas o Cais da Vila do Abraão, por exemplo, é desembarque de parte desse fluxo, e também embarque para passeios em outras praias da Ilha Grande. O problema não é só aqui, é lá também. É imprescindível que se arrume um lugar adequado para embarque na Ilha. 

O armazenamento de sacos de lixo na ponte escorrendo chorume na água, é crime. Uma das formas de se evitar isso seria ter separação de recicláveis e de compostagens para o que se produz de podas de árvores na Ilha; um local específico e com monitoramento para o armazenamento, embalados em bigbags (lacrados e impermeáveis). Para o transporte até a embarcação é preciso haver uma logística apropriada. Na praia, por exemplo, poderiam ser postos terminais flutuantes. 

As embarcações de transporte desse material precisam operar com licença da Capitania dos Portos e certificação da Antaq, porque envolve riscos ambientais; o funcionário tem que ser qualificado para isso. Não pode haver adaptações de embarcações, a especificação deve ser a de serviços, carga. Não creio, honestamente, que deva ser algo tratado só pela TurisAngra, só pelo Município, porque isso envolve outras disciplinas, há um conjunto legal de regras e é passível de crime.

O debate precisa ser mais amplo. O lixo da Ilha Grande não se resume ao que é produzido na Vila do Abraão, mas também as demais localidades. As embarcações tem transportado lixo, mantimentos e pessoas, como médicos para a Praia do Provetá, por exemplo. São serviços distintos, são coisas absolutamente diferentes. Antes, porém, muito antes de se pensar nos turistas, se é possível esse tipo de escala, é necessário dizer que por ali estão ilhéus, trabalhadores da cidade, pescadores que descarregam e comercializam pescado, enfim.

É o meu entendimento.
Espero ter contribuído.
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13h07min.   -     adelsonpimenta@ig.com.br

Um comentário:

Anônimo disse...

A TURMA DO PT TEM SOLUÇÃO PRA TUDO DURANTE A CAMPANHA MAS DEPOIS QUE CAPEIA O VOTO DOS MENOS AVISADOS DEIXA TUDO NO ESQUECIMENTO. ALIÁS, HÁ QUEM DIGA QUE É MELHOR SER CHAMADO DE INCOMPETENTE DO QUE DE LADRÃO. REFERINDO-SE AO FATO DE DIZEREM EM CAMPANHA QUE O MUNICÍPIO TEM MUITO DINHEIRO E DEPOIS DE GANHAR A ELEIÇÃO NÃO TER DINHEIRO PRA NADA.