sábado, 17 de janeiro de 2015

ÁGUA: A POLITIZAÇÃO DOS ADVERSÁRIOS

Não quero de forma alguma criar constrangimentos, nem apontar o dedo contra este ou aquele prefeito ou ex-prefeito, quero é contribuir. Faço isso dizendo que a prefeita Conceição Rabha pecou pela falta de objetividade em sua entrevista; que o ex-presidente da Câmara de Angra e atual vereador sem partido, José Antonio, esperto como é, não pode achar que o cidadão angrense não esteja atento as explorações políticas e tentativas de piorar o que já está ruim, e que o cidadão não saiba de sua negligência institucional em relação ao assunto; e que o ex-prefeito - e hoje deputado federal eleito, Fernando Jordão, não pode tirar proveito de uma crise que ele ajudou a criar, ou, na mais simpática das hipóteses, teve a chance de resolver e não foi capaz. Com todo respeito.

Os Adversários...
A Oposição




JOSÉ ANTONIO
Na primeira foto, extraída do prestigiado semanário angrense "Maré", lê-se que o vereador José Antonio, expulso recentemente de seu partido - o PCdoB, se assanha pela candidatura a prefeito, talvez tentando surfar na onda do assunto. É legítimo postular, o que não sei é se é de bom senso a exploração política do caso. Na legislatura passada era ele quem presidia o Poder Legislativo Municipal e desconheço medidas concretas de sua autoria sobre o contrato vencido da empresa Cedae - que explora e fatura e não investe no Município. 

À época, o vereador publicou fotos e releases de conversa que teve com a direção da empresa e coisa e tal - e só. Na contramão de contestar por instrumento legislativo as condições dessa gestão, assinou um contrato de fornecimento de água pela Cedae para a Câmara Municipal, mesmo sabendo que esta não gozava de segurança jurídica por estar sem concessão municipal. Ele era o chefe do Poder que devia fiscalizar a questão legal.

FERNANDO JORDÃO 
O ex-prefeito da cidade e deputado federal eleito, Fernando Jordão, fustigou a prefeita Conceição Rabha, pela sua página no Facebook. Lê-se de tudo, de críticas a disposição para ajudar, mas, nenhuma mea-culpa. Em momento algum assume qualquer erro por ter criado o Saae sem ter resolvido o imbróglio com o Estado antes, mesmo sendo aliado do então governador da época. Pelo contrário, diz que criou e pára nisso. Vale lembrar que foi coisa de dois ex-prefeitos, de Fernando e do falecido João Luiz. 

Daí pra frente, Fernando joga no colo de seu sucessor, Tuca Jordão, a responsabilidade pela não encampação. Mas, o que Fernando não disse é que quem o sucedeu foi ele mesmo, quando reeleito. O Saae foi criado ainda na metade de seu primeiro mandato, tendo passado ao largo em seu segundo. Ainda que Tuca tivesse que assumir uma culpa, este foi seu candidato indicado e apoiado à sua sucessão. Mas, não é o caso. 

Pôr a culpa em Tuca Jordão, que assumiu praticamente seis anos depois de Fernando ter feito o filho feio, é jogar contra a inteligência do cidadão, é politizar o caso sem tomar cuidado com a verdade histórica das coisas. Não foi, portanto, seu sucessor quem não levou adiante, foi ele mesmo -, Fernando quem repassou um problema que não teve capacidade política e administrativa de resolver, só de criar. Alto lá. A falta de água é um problema, e pela forma como Fernando aborda a questão nesse momento, termina confiscando a verdade e despressurizando o debate da causa.

É isso.
É o meu entendimento.
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10h20min.    -    adelsonpimenta@ig.com.br

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