terça-feira, 6 de janeiro de 2015

ANGRA: SOLUÇÃO DA ÁGUA CUSTA R$ 300 MILHÕES


Ontem (05/01), pela manhã, a prefeita de Angra dos Reis, Conceição Rabha, falou. A imprensa estava com sede por ouvi-la. Ela pediu água em relação ao próprio tema. Hoje é aniversário da cidade, 513 anos de seu descobrimento. Sua emancipação político-administrativa é outra história. Reproduzindo dados repassados pela TurisAngra, deu um tom otimista à sua gestão nas festividades de fim de ano. 

Crítica / Sugestão
 A petista parece ter-se dado conta dos problemas, mas não da falta de pessoal qualificado e competente para ajudá-la na solução. Infelizmente, concluo. Se houvesse um trabalho integrado de Comunicação Social e Relacionamento Digital, o Governo teria mensura e monitoramento dessa repercussão, principalmente pelas várias possibilidades criadas com a gestão profissional sobre a internet. A Prefeitura de Angra, assim como tantas outras, não dispõe de tais serviços. Falo disso há algum tempo.

Diz um trecho da 


A prefeita também abordou, em seu balanço, os incidentes envolvendo o abastecimento de água na cidade. Houve protestos de algumas comunidades no período entre o dia 31 e o dia 1º e, em alguns casos, fechamento de vias, incêndios e depredação de patrimônio. Segundo ela, todos os envolvidos em ações violentas, ameaças e vandalismo serão identificados e punidos, de acordo com a Lei.

Nos próximos dias, a prefeita e o presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Elzadio Ferraz, pretendem intensificar as negociações com o Governo do Estado do Rio, visando a unificação dos sistemas de abastecimento e distribuição de água na cidade. A maior parte dos incidentes registrados na virada do ano foi no sistema da Cedae, que abastece o Centro, morros e parte da Japuíba. A Prefeitura tem planos, investimentos a fazer, mas temos que superar esse impasse - adiantou Conceição.

OPINIÃO
1°) A demonstração da falta de sintonia entre o que se quer de compreensão da população. Membros de vários escalões do Governo, assim como a página oficial da Prefeitura, publicaram reiteradas fotos na internet da barragem na Banqueta em condições precárias. Isso certamente foi feito para tentar demonstrar que a situação hídrica é caótica.
a) Ao fazer isso, o Governo joga contra o seu maior programa de habitação, que é justamente direcionado para aquele bairro, com a criação de um novo bairro no local, praticamente. O construtor já disse que pretende furar poços artesianos. Não há qualquer demonstrativo técnico da capacidade de reservação desse lençol freático, nem tampouco da qualidade dessa água, previamente.
b) Não é da banqueta que se extrairá a água para a distribuição na cidade para suprir o atual desabastecimento. O projeto que o Saee tem em mãos não trata de explorar mais essa barragem, mas de dar-lhe descanso. A água será tirada da região do 4° distrito, Portanto, com todo respeito, mostrar fotos da situação hídrica na Banqueta é engôdo, não resolve a situação. 

2°) As manifestações com pneus e madeiras ateadas em fogo e com fechamento de ruas é o extremo, é a forma de se convulsionar socialmente, de ir contra a falta de energia e solução dos governantes. É legítima a manifestação, exceto o incitamento ao crime e a destruição de qualquer que seja o bem alheio, seja público ou privado. Mas, por óbvio, fechar ruas e a rodovia causa constrangimentos e estrangula o tráfego, atrapalha a vida das pessoas e traz certo prejuízo à cidade. Mas, a paciência do cidadão angrense com esta questão, principalmente, está no limite. É preciso cuidado inclusive com a reação do Estado, porque para descambar para algo mais nocivo e irracional não custa. E creio que seja exatamente isso o que tem sido feito. Não é hora de errar a mão.

3°) Hoje o Governador Pezão inaugurou em Angra a nova Delegacia de Polícia, razão para chamá-lo à uma conversa mais franca sobre a questão da água. O Estado vive pedindo e conseguindo perdão de dívidas ou renegociação desta com a União, logo, pergunto: Por que não zerar logo essa questão com o Município de deixar que a Prefeitura encontre uma nova e melhor maneira de gerir a pasta? É uma tratativa econômica, mas que carece de compreensão e gestão política. A Prefeita, a meu ver, deve fazer essa conversa com o Governador, com o Presidente da Nova Cedae, com o Fórum de Desenvolvimento Econômico do Estado e com a Alerj. Ao mesmo tempo em que precisa orientar a contratação de uma empresa especializada para fazer um criterioso diagnóstico técnico sobre o caso e apontar caminhos e projetos que resolvam definitivamente a questão. Esse tipo de empresa pode inclusive auxiliar na obtenção de recursos públicos ou privados, dependendo do modelo de gestão que o Governo decidir ter.

Tenho muitas outras coisas para observar sobre o tema, tenho dado minha contribuição com este debate há tempo. Se não derem jeito na coisa, me disponho para ajudar. Já se tem estimativa do custo para resolver o probema da falta de água em Angra, dita à mim pelo presidente do Saae Angra, Elzadio Ferraz, que é algo em torno de R$ 300 milhões, logo, pressuponho que já se tenha um projeto definido também. Por fim, ressaltar que o Procon e o Ministério Público estão negligentes, senão omissos, até o momento em relação ao assunto. 
É a minha contribuição.
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11h22min.     -      adelsonpimenta@ig.com.br
 

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