terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

DESEMPREGO EM MASSA PREOCUPA ANGRA


Matéria do jornal Estadão (15/02), informa que "Com R$ 1,5 bi a receber da Sete Brasil, estaleiros cortam produção e demitem". Inegavelmente, a situação preocupa. Especialmente em Angra, onde está o maior estaleiro do país, o Brasfell's. A empresa gera diversos empregos diretos e outros tantos indiretos, que, segundo um ex-diretor do Sindicato da categoria metalúrgica, pode chegar a quase 8 mil empregos. O problema não seria só nacional, com o atraso na entrega das encomendas e também com o aumento nos índices do Caged, por exemplo. Há agravantes locais importantíssimos.

Uma gama de outras atividades comerciais regionais, que se serve dessa atividade naval, seriam afetadas. Aliás, alguns já estariam sentindo o impacto das más expectativas. Nos ramos: alimentício, limpeza em geral e lavanderia, meios de hospedagem, mercado imobiliário, entre outros, há a certeza de que serão afetados diretamente, se houver desaquecimento no setor e possíveis demissões. 

Também haverá impactos sobre a arrecadação municipal -, econômicos e sociais. O estaleiro goza de benefícios fiscais, mas há prestadoras de serviços que recolhem ISS -, ou deviam fazê-lo, assim como todas as demais atividades que atendem a indústria naval indiretamente - e pagam impostos ao Município. 

A sequência de informações negativas em relação a macroeconomia brasileira, que passa por ajustes significativos, aliado aos termos da delação premiada do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, que põe em xeque todos os estaleiros em funcionamento no país, dificultam a liberação do financiamento do BNDES, de cerca de U$ 3,2 bilhões. Sem a garantia dos pagamentos pela Sete Brasil, já há estaleiros demitindo, como é o caso do Atlântico Sul em Pernambuco. O Brasfell's, em Angra, tem contratos para a construção de seis sondas para a Sete Brasil, e, desde dezembro, está sem receber o que lhe é devido pela Sete Brasil.

Autoridades Locais
Em conversa - por telefone, com a prefeita de Angra, Conceição Rabha (PT), conheci sua preocupação com as notícias e soube de sua determinação para que seu staff se dedique mais aos diálogo institucional com os demais setores da economia local, no sentido de se estabelecer caminhos que preservem os postos de trabalho, a manutenção do emprego e da renda na cidade. Ela me disse que está atenta aos acontecimentos e que deverá buscar uma série de reuniões técnicas, políticas e de trabalho nas próximas semanas para tratar de alternativas às más expectativas com o setor naval para a cidade. 

Também por telefone, conversei com o vereador Marco Aurélio (PROS), Presidente da Câmara Municipal, que disse ter entendimento semelhante a da prefeita, que com ela já estaria conversando no sentido de aprofundar esse relacionamento com os setores produtivos e organizados da sociedade civil, em parceria dos Poderes Legislativo e Executivo. Disse também que dialoga pelo convencimento da oposição sobre o momento pelo qual passa a cidade - e a insegurança que traz para o cenário uma medida política como a do pedido de impeachment da prefeita e de seu vice. Se declarou confiante numa saída menos traumática para os munícipes.

Há muita coisa em jogo e a conjuntura do país não é bula para movimentos bruscos. Política se faz com articulação, mas também com leituras e compreensão.
Continuo no caso.
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17h05min.    -    adelsonpimenta@ig.com.br

Um comentário:

Antônio Clementino Santos disse...

Oportuno o seu artigo sobre este delicado momento pelo qual o país e que acaba afetando seriamente a economia angrense. Esperamos que as nuvens se dissipem e não venham a prejudicar nossa tão sofrida Angra dos Reis.