terça-feira, 7 de julho de 2015

HGJ: LÁ OU CÁ?

Originalmente publicado em minha coluna no prestigiado Jornal @ Voz da Costa Verde. 


Quando a Prefeita de Angra, Conceição Rabha, repatriou o Hospital Geral da Japuíba - o HGJ, antes mesmo que o Estado alcançasse o seu dia-a-dia, fez algo que se refletiria na vida das pessoas e nas contas públicas da cidade. Saúde custa caro, portanto, uma decisão dessa natureza tem prós e contras. Diferente de seus antecessores, ela mudou o conceito.

O deputado federal Fernando Jordão e alguns vereadores da oposição, discursam sobre devolver o HGJ para o Estado, mas, resta saber o que a sociedade, o usuário do sistema de saúde acha disso tudo. E mais: é preciso saber também se o Governo estadual quer isso. Os hospitais federais e estaduais estão todos passando por sérias dificuldades, alguns sucateados, atendimentos precarizados. O vereador Marco Aurélio e o empresário Léo Marmoraria, dois pretensos candidatos a prefeito para 2016, ainda não se pronunciaram sobre o tema.

O Estado suspendeu seus investimentos em quase metade do previsto e sequer repassa ao Município uma parte do que havia combinado pela manutenção do HGJ. Este é um complicador importante. 

Fernando começou a construção do HGJ, mas foi seu sucessor, Tuca, quem concluiu e pagou a conta. O conceito de gestão seria o de Referência Regional, com atendimentos pré selecionados e agendados. Custaria menos aos cofres municipais, é verdade, mas a seletividade das cirurgias afastaria este equipamento do atendimento diário e cotidiano da população local. O Hospital de Praia Brava, vira e mexe, levanta essa bola também. As críticas são imediatas. Por aí pode-se ter um parâmetro das coisas. 

A Prefeita Conceição resolveu desfazer essa negociação e, assim, desidratou o truque do discurso de quem dizia ter feito um Hospital para a cidade, mas não contava que não seria necessariamente para essa cidade, e sim para uma gestão do Estado - ao modo dele. Dessa forma, trouxe para o Município a gestão, abriu as portas para o cidadão local. Reitero, fez o contrário de Jordão. São concepções distintas.

Os dados atuais do Hospital impressionam, mas justificam a medida da municipalização? É uma pergunta que cabe. Esse debate será feito oportunamente, eu creio. Ter o HGJ municipalizado é melhor ou pior? Devolver ao Estado é certo ou errado? Sabendo que são completamente distintas as formas como atenderão ao grande público.

Vamos começar a fazer essa análise e reflexão doravante? Alguns pretensos candidatos querem o Hospital da Japuíba nas mãos do Estado. Outros pretendentes se silenciam por enquanto. A Prefeita quer manter nas mãos do Município. 

Com o Estado, só atendimento seletivo. Com o Município, portas abertas para todos atendimentos. O debate não está enfermo, não pertence ao Governo, nem é propriedade dos políticos. O debate é nosso, do cidadão contribuinte, do usuário do sistema de saúde pública. E aí, sobre o HGJ: Lá ou Cá?
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12h04min.    -       adelsonpimenta@ig.com.br 

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